Estão faltando 4 trilhões e 200 bilhões de litros de água na Represa Capivara. Nos últimos dias a seca dos últimos 90 dias finalmente está mostrando seus efeitos no longo prazo. O nível está 7 metros abaixo da cota máxima. Além da semeadura de soja e milho já em atraso na região da represa, a operadora da Usina Capivara solta milhões de metros cúbicos de água em direção à Represa de Itaipu, esta sim uma questão de segurança nacional. Itaipu não pode ficar sem água e por isso o grande reservatório da Capivara funciona como reserva de segurança para a maior usina do país que produz 90 milhões de megawatts por ano e responsável por 20% de toda a energia produzida pelo sistema nacional.
E o que temos nós, humildes pescadores e usuários dos encantos da nossa Represa Capivara, a ver com isso? Bem, entendendo que o controle do volume de águas é estratégico e dele depende a produção de energia, temos que suportar estes períodos de pouca chuva, coisa que ocorre com certa frequência, pedindo aos céus que chova logo e muito. Em 2014 tivemos alguma coisa parecida com este esvaziamento drástico. O nível chegou a 10 metros abaixo da cota, sendo que a cota mínima é de 13 metros. Esperamos que não seja necessário ver a represa praticamente vazia.
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As previsões meteorológicas para estes dois meses e meio indicam que os volumes de chuva vão atrasar um pouco na região que interessa para a recuperação hídrica da Represa Capivara: no Sul do Paraná e de São Paulo, onde os rios Tibagi e Paranapanema captam enormes volumes de águas pluviais e no sul de Minas Gerais e Norte de São Paulo, por onde percorrem os rios Parnaíba, Grande e Tietê, afluentes do Rio Paraná cujas águas enchem a Represa de Itaipu. Com o volume estabilizado, Itaipu não precisa da água da Capivara e finalmente… então o volume aqui fica “na caixa”, como se fala na região.
As mudanças dos regimes de chuva estão provocando estas anomalias com mais frequências, pois antes era observado “um sobe e desce” de nível de água menor, oscilando entre 2 a 5 metros a cada época de seca. Em certos anos nem se notava alterações.
Carlos Bauer